Todos temos possibilidades de servir. E se podemos ser úteis
a alguém, ou a alguma causa nobre, o maior beneficiário na ação de servir é o
próprio servidor, porque ele aprende, ganha experiência, e se promove.
A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de
útil em proveito de alguém. Por isso, em algum momento, surge a necessidade de
ser útil ao próximo.
Quantas pessoas você conhece que não têm objetivo na vida?
Quantas pessoas do seu convívio não veem o menor sentido em nada, apenas vivem
por viver? Muitos são os que apenas sobrevivem. Fazem as mesmas coisas sempre,
sem pensar o porquê de fazerem o que fazem.
Quantas pessoas você conhece que trabalham a vida inteira
numa atividade de que não gostam? Quantas pessoas você sabe que são casadas há
anos e anos com alguém de quem não gostam, alguém que mal aturam?
E as pessoas que trocam a vida real pela vida virtual?
Passam a vida em função de televisão, rádio, jornal, internet. Acompanham as novelas
com mais interesse do que pela própria vida. Acompanham os campeonatos de que
seu time participa como se isso acrescentasse algo de importância vital para
sua vida.
segurando a mão da idosa
Precisamos ser úteis
Todos precisamos de lazer, todos temos necessidade de
descontração. Mas vai uma grande diferença entre o espaço para a diversão
diária e o dia tomado por essas atividades artificiais. E a sua própria vida,
como é que fica?
O que você vem fazendo da sua vida? Você já parou pra pensar por que você nasceu?
Você deve saber disso, mas é bom lembrar: antes de nascer você se propôs a
fazer um monte de coisas! Você quis nascer para realizar! Lembre da sua
infância, o mais longe que puder. Lembrou? Vê como você tinha sonhos e planos?
Você queria crescer pra fazer um montão de coisas. Agora
você cresceu, e daí? Vai esperar ficar muito velho pra dizer que não dá mais
tempo? Sempre é tempo de fazer algo de útil. É isso! É isso que preenche a
vida, é isso que dá sentido à vida, é isso que é a vida. Ser útil! E a única
maneira de ser útil de verdade é sendo útil ao próximo.
Como escrevo sobre espiritismo, parto do princípio de que
você é reencarnacionista. Mas nem é preciso reconhecer a reencarnação para
constatar que as pessoas trazem, ao nascer, a vontade firme de se destacarem,
de se imortalizarem através de suas obras. Alguns poderosos criam fundações com
o seu nome, outros escrevem livros ou criam obras de arte, outros nos legam
invenções, outros almejam virar estátuas ou nomes de ruas e praças.
Mas o que dá sentido real à vida é ser útil aos outros.
Viver pra si mesmo é bom. Viver em busca de prazeres é bom. Ninguém aqui é
santo. Mas enquanto vivemos só pra nós mesmos, por mais prazer que tenhamos,
por mais coisas boas e agradáveis que experimentemos, nunca é o suficiente. O
prazer alcançado nunca é o bastante. É por isso que quem vive voltado para as
coisas materiais, quem vive em função de prazeres materiais, sempre quer mais.
Sempre mais comida, mais álcool, mais drogas, mais roupas e
sapatos e bolsas e aparelhos e tudo o que o consumismo oferece, sempre mais
sexo, mais jogo, mais velocidade, mais prazeres de todo tipo. Porque o prazer
não preenche o vazio no peito, o prazer material não é capaz de suprir a
necessidade íntima de ser útil aos outros.
A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de
útil em proveito de alguém. Ninguém consegue se sentir realizado, ninguém
experimenta a maravilhosa sensação do dever cumprido se não se dedica a fazer
alguma coisa de útil a alguém que não seja a si mesmo.
Crédito: Morel Felipe Wilkon.
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