quinta-feira, 24 de julho de 2014

Destaque de hoje: Carminha Fortuna

 Jornalista Carminha Fortuna recebe pessoas que querem escrever um livro e torna este sonho em realidade.

Carminha Fortuna
por  Mariana de Souza Duré

Da escrita ao projeto gráfico, Carminha Fortuna faz tudo. Seu nome? Nunca aparece. Como ela mesma define, sua profissão faz parte dos bastidores da literatura. As pessoas a procuram com o desejo de escrever um livro, e ela identifica qual a necessidade de cada um para auxiliar de maneira precisa na confecção da obra. “Eu pego o texto, a ideia, e faço virar literatura, nem que eu tenha que por no liquidificador e ir esticando depois”, afirma ela.

Desde pequena, Carminha já gostava muito de literatura. Formou-se em Relações Públicas e em seguida no curso de Jornalismo. Em 1998, recebeu uma proposta para atualizar a produção de uma editora de Bauru, e confessou ao dono que aquele convite era um privilégio, pois sempre quis trabalhar com livros. Ele respondeu: ‘Já que você sempre quis trabalhar com isso, então não vai mais largar’.

E foi o que aconteceu. Depois de trabalhar na editora, Carminha passou a se dedicar aos autores independentes, e de maneira independente (com o que ela chama de consultoria editorial). Segundo ela, embora seja mais trabalhoso encontrar clientes, a ausência de um editor intermediando o processo evita erros de comunicação e estreita a cumplicidade entre ela e o futuro autor. 

“É gratificante você pegar, entregar um livro e você ver lágrimas nos olhos da pessoa, ver as pessoas felizes porque elas também estão nessa história. Eu achei a coisa certa para mim. Sem rotina, leio mais livros que qualquer pessoa, leio antes de qualquer pessoa, e ainda ganho para isso”, brinca Carminha. 

Embora a grande maioria das pessoas que a procuram seja de Bauru, os temas são variados, e ela diz sentir falta de um registro da história da cidade. Pessoas pouco conhecidas mas que têm um papel muito importante, causos, folclore, e mais uma série de peças que constroem a história de Bauru segundo ela vão acabar se perdendo no tempo por falta de registro. “Cada um de nós escreve a história. Uns pelo Facebook, outros por carta, outros escrevem no WhatsApp, mas se você pegar esses diálogos, eles contam muito a realidade. É que a gente não sistematiza e não tem noção de que a gente está escrevendo uma parte da história”, explica ela, após revelar que seu projeto de vida é registrar memórias. 

A ‘consultora’ que já trabalhou com Percival de Souza e escreveu o livro de 80 anos da Tilibra, com prefácio do consagrado Ignácio de Loyola Brandão, ressalta a importância de lutar e de preservar a cultura: “A cultura, de forma geral, traduz o que é um povo. O que nós somos é o que nós cantamos, o que nós dançamos, o que nós escrevemos. É a cultura que retrata a gente da maneira mais fiel possível”. 

Credito:Portal Participi

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