Com todas as coisas bárbaras e chocantes que vêm acontecendo
nos últimos tempos, de repente acordou-me a necessidade imperiosa de lembrar-me
do uso de pó de pirlimpimpim para bem tocar os meus dias.
Vocês se lembram do que é? Todo mundo que nos idos da infância
teve o privilégio de crescer embalado pelos contos de fadas de Walt Disney e de
Monteiro Lobato conhece o pó. A Fada Sininho, do clássico da literatura
infantil Peter Pan de Walt Disney, e a espevitada Emília das obras do nosso
querido Monteiro Lobato, faziam menção a ele.
É um pó mágico que faz voar. Joga-se um pouco de pó de
Pirlimpimpim e pronto - viajamos para qualquer canto do mundo ou fora do mundo.
Só que a Fada Sininho, por exemplo, nos ensina que o tal pó só funciona se
tivermos pensamentos felizes!
Sim. Pensamentos felizes! Lembro de uma história da fada
Sininho, em quadrinhos, na qual uma bruxa malvada e nariguda, querendo dar uma
de esperta, rouba o pó. Só que ter pensamentos felizes não é certamente
especialidade de bruxa e ela desconhecia este requisito imperativo para fazer o
pó funcionar. E foi assim que se estrepou! Porque não podia, obviamente, ter
pensamentos felizes, e não fosse Sininho ensinar-lhe, às pressas, algum no
desfecho da história a bruxa se veria em maus lençóis, num instante qualquer em
que se despencava das alturas, prestes a se esborrachar lá embaixo!
É de suma importância que se reaprenda o uso do pó de
pirlimpimpim nos dias de hoje; mas sem o pó agora que os personagens do reino
das fadas na certa se distanciaram dos nossos tempos, possivelmente
horrorizados com o que anda sendo feito com os seus companheiros humanos: as
crianças! É preciso que se saiba que o pó era mero pretexto: uma ferramenta
indutora do efeito que, na verdade, reside é no pensamento feliz!
O que nos faz levitar do chão por vezes amargo das
realidades deste mundo é o pensamento feliz ou, por outra, o nos arrancarmos
dos pensamentos negativos, da negatividade inerente a fatos ásperos, tétricos,
pesados, da dura realidade mundial dos nossos tempos. É, como já referiu Madre
Teresa de Calcutá, focar a paz antes de qualquer coisa, se desejamos combater a
guerra e a violência, e não combatê-las com mais violência, pois daí estaremos
reforçando, dando ainda maior ênfase e relevância àquilo mesmo que queremos
destruir! Estaremos engrossando o caldo que queremos diluir. Ou, por outra - e
recordando o ensinamento importante revelado no documentário O Segredo - o
Universo há de dizer um sonoro SIM! a tudo aquilo que focamos, seja de bom ou
de ruim!
Se uma desgraça acontece e ficamos diariamente focando a
negatividade, os detalhes, e todos os eventos relacionados à desgraça, falando
e maldizendo, é mesmo isto que o Universo nos devolverá, insistente, obedecendo
à mera semelhança de freqüências emitidas pelo nosso íntimo. Que desgraça! E o
Universo confirma: É! Que desgraça! E o processo entra num círculo vicioso,
sofrido, sem fim!
Mas, se perante a ocorrência infeliz, de maior ou de menor
magnitude, nos esforçarmos para reagir a ela focalizando a positividade no
nosso íntimo, as possíveis soluções, a nossa capacidade de superação, nos
imunizando o mais possível dos pensamentos de ódio, de amargura, ou de revide,
então, saimos da faixa vibratória pesada. Naturalmente, teremos o espírito mais
claro, desanuviado, leve e nos sintonizaremos com as energias de renovação
interior, de ação correta e de transcendência das dificuldades. Não ficaremos
"chumbados" na dimensão pesada do sofrimento renitente; decolamos
através da utilização consciente do nosso potencial de auto-higienização mental
e espiritual.
Não queremos dizer com isso que devemos agir e reagir com
"sangue de barata" perante as dificuldades, desafios e golpes
ríspidos desfechados pelo aprendizado da vida. Queremos significar, apenas, que
possuimos os recursos corretos para voarmos para onde quisermos, em cada
situação, a nosso favor e no do nosso próximo, favorecendo a nossa saúde física
e espiritual e, para nosso próprio proveito, na direção da cura e de dias mais
felizes!
Eis o uso do pó de pirlimpimpim - nem sempre fácil, é sabido
- mas dependente, apenas, da nossa força de vontade e capacidade de
conscientização: então, na hora da discussão doméstica barulhenta e inútil, por
conta de trivialidades - pó de pirlimpimpim! Silêncio! Pausa! Interiorização! Controle
do impulso para falar atabalhoadamente; do tom da voz! Na hora da tragédia...
pó de pirlimpimpim: é justo o sofrimento, são justas as lágrimas... mas,
passado o primeiro impacto... silêncio, reflexão... O que nos auxiliará a
superar a ocorrência, oriunda de fatalismo ou da cegueira da ignorância alheia?
Revide?! Ódio?! O nos abandonarmos à depressão?! Mas isto não solucionaria nada
e nos aprisionaria cada vez mais, estanques no próprio tormento do acontecido,
que devemos entregar à passagem sábia do tempo, situando-o na malhas do
esquecimento daquele passado que já não é mais, que já não nos serve e que não
cobra mais utilidade, nem em ações, nem em pensamentos!
Mergulho profundo na paz e na luz interior! No silêncio
revelador de todos os segredos e de todas as verdades, sobretudo na serenidade
de uma consciência tranqüila!
O Universo funciona dentro de um equilíbrio perfeito e, de
todos os acontecimentos, extraimos utilidade e crescimento íntimo! Que não
sejamos os responsáveis pela disseminação de mais sofrimento, de mais
desassossego, de maior tumulto e infelicidade no mundo!
Lutemos pela paz semeando a paz, através de atitudes, de
pensamentos e de iniciativas; não por intermédio do revide cego do olho por
olho, na seqüência de acontecimentos pertencentes ao nosso pequeno mundo
diário... Os relativos ao "grande mundo", entreguemos aos
responsáveis pelas grandes coisas, pelas grandes decisões, rogando ao Criador
que sejam abertos à Sua divina Inspiração...
É o modo de agir das Leis da Vida. Lembremos que para cada
dia de atribulações contamos com uma nova alvorada para a necessária
reformulação de propósitos e de atitudes que devem objetivar sempre melhoria e
felicidade e, não, o uso sombrio de fórmulas falidas!
É através do ir e vir das ondas que as areias do mar são,
diariamente, renovadas...
Christina Nunes
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