IZAÍAS: 60 ANOS DEDICADOS AO CHORO- SHOW GRATUITO NA PRAÇA DAS ARTES MARCA OS 60 ANOS DE CARREIRA DE IZAÍAS BUENO DE ALMEIDA
O bandolinista Izaías Bueno de Almeida é personagem central
na cena do choro em São Paulo. Músicos dos mais ativos, Izaías vem atuando
continuamente na cidade desde 1953, ano em que começou a tocar em rodas de
choro realizadas na casa do violonista Antonio D’Áuria. Para festejar esses
exatos 60 anos de dedicação ao choro e ao bandolim, Izaías participa de um
grande show comemorativo − com participações de seu grupo, Izaías e Seus
Chorões, do grupo de cordas Quintal Brasileiro e ainda de três instrumentistas
convidados: o clarinetista e saxofonista Proveta, o flautista Toninho
Carrasqueira e o pianista e acordeonista Lulinha Alencar. Na ocasião será
também lançado o livro “Chorando na Garoa – Memórias Musicais de São Paulo”, de
José Almeida Amaral Jr. O show acontece na Praça das Artes no domingo 29 de
Setembro, às 16 horas. A entrada é franca.
"Nos últimos 60 anos a cena do choro em São Paulo passa
obrigatoriamente pela carreira do bandolinista Izaías Bueno de Almeida.
Paulistano nascido no Tucuruvi em 7 de Junho de 1937 e criado na Casa Verde,
Izaías teve como primeiro instrumento o cavaquinho. Mas quando tinha 10 anos se
apaixonou e passou em definitivo para o bandolim: "Quando ouvi o Jacob
[Bittencourt] tocando um chorinho fácil, chamado ‘Flamengo’, de Bonfiglio de
Oliveira, vi que era aquilo o que eu queria", conta ele.
Izaías começou
a tocar seguindo os ensinamentos do que ele chama "a escola de bandolim do
Jacob", fundamental na ascensão do bandolim como instrumento solista no
gênero choro. Ainda menino, em 1953, aos 16 anos, conheceu Antonio D'Áuria
(1912-1998). O músico, chorão que tocava violão de sete cordas, nessa época
reunia em sua casa músicos amadores e profissionais para rodas de choro. Izaías
passou a frequentar essas rodas e lá acabou conhecendo pessoalmente Jacob do
Bandolim. Mas não só: "O Jacob passou a trazer chorões do Rio de Janeiro,
e foi quando conheci Radamés Gnattali, César Faria, Dino 7 Cordas, Sivuca,
Waldir Azevedo, Benedito Lacerda e também Pixinguinha. Eles vinham gravar na
'Noite dos Choristas' − programa da TV Record, que tinha Almirante como
produtor − e então começaram a freqüentar as rodas.
No início dos
anos 1960 Izaías entrou para o Conjunto Atlântico, então o mais destacado grupo
paulistano de choro. Em 1963 o Atlântico foi convidado a estrelar na TV Cultura
"O Choro das Sextas-Feiras", programa que sempre recebia músicos
convidados. Com mudanças no nome, o programa durou mais de 10 anos. O programa
foi fundamental para reerguer e manter vivo o choro: "O choro praticamente
tinha morrido, ninguém mais ouvia mais choro, a bossa nova imperava, tinha
dominado tudo. Aí o choro foi reerguido, me desculpe a falta de modéstia,
graças a nós..."
Em 1978 acabou
o Conjunto Atlântico e Izaías Bueno de Almeida criou seu próprio conjunto,
Izaías e seus Chorões, que mantém até hoje, já são 35 anos de plena atividade.
O grupo participou de programas de televisão, fez centenas e centenas de
apresentações em palcos não apenas em São Paulo mas de todo o País. E mantém
ainda a tradição das rodas de choro, que comanda sempre nas noites de
sexta-feira, no bairro das Perdizes.
O grupo também
gravou vários discos − o mais recente deles lançado em 2012, "Radamés
Gnattali - Valsas e Retratos", no qual os quintetos Izaías e seus Chorões
e Quintal Brasileiro juntos concretizaram o sonho de registrar, com arranjos
originais, obras de Radamés Gnattali. O ponto alto do disco é a célebre
"Suíte Retratos", dedicada a Jacob do Bandolim e lançada
originalmente há quase 50 anos por Jacob e orquestra de cordas regida por
Gnattali, um divisor de águas na evolução do choro.
A festa promete! −
Para celebrar festejar esses 60 anos de carreira-choro-e-bandolim, Izaías Bueno
de Almeida sobre ao palco da Praça das Artes na tarde do domingo 29 de
Setembro, para um espetáculo gratuito com as participações dos grupos Izaías e
seus Chorões e Quintal Brasileiro e dos músicos convidados Proveta, Toninho Carrasqueira
e Lulinha Alencar.
No repertório
do espetáculo, só clássicos do choro. De "Vibrações" de Jacob do
Bandolim − "É minha música preferida", conta Izaías − a
"Odeon" de Ernesto Nazareth e "Lamento" de Pixinguinha.
Além de dois dos quatro movimentos da "Suíte Retratos" de Radamés
Gnattali e de uma composição do próprio Izaías, o choro "Evocativo".
A festa
promete!!"
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