terça-feira, 3 de abril de 2012

Curiosidades: Expressões curiosas na Língua Portuguesa

 Para amigos e amigas que gostam de curiosidades divido hoje um email que recebi e achei muito interessante sobre as expressãos que geralmente usamos quando juramos de pés juntos, chamamos motorista de barbeiro, mandamos tirar o cavalo da chuva, expressamos dar com burros nágua, rasgar seda, etc... etc...
    
 *JURAR DE PÉS JUNTOS: 
*Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das
torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias
tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada
além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de
algo que uma pessoa diz. 

*MOTORISTA BARBEIRO: 
*Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não
somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes,
cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal
feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal
feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse
termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou
seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..

*TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
*Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair
hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo
ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o
cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o
anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o
cavalo da chuva".  Depois disso, a expressão passou a significar a
desistência de alguma coisa.

*À BEÇA: 
*O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do
dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano
Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do
Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas. 

*DAR COM OS BURROS N'ÁGUA: 
*A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à
Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros,
devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis
e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo
passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra
conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo. *****

*GUARDAR A SETE CHAVES:  
*No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de
jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía
quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto
funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete
passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a
época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo
"guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..

*ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS: 
*Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas
enforcou-se  em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro
que ganhou por  entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados
viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da
traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir
daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido
e inacessível.

*PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA: 
*A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente
das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como
forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a
uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se
lamentando e pensando na morte da bezerra.  Após alguns meses o garoto
morreu. 

*PARA INGLÊS VER
*A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto,
todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram
criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo. 

*RASGAR SEDA: 
*A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa,
surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena.
Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra
cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a
moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se
esfiapa". 

*O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER: 
*Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de
Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome
Angel.  Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que
passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo
que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus
olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a
causa e entrou pra história como o cego que não quis ver. 

*ANDA À TOA: 
*Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à
toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca
determinar.

*QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
*Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente
se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando,
astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos. 

*NHENHENHÉM:
*Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil,
os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os
portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen". 

*VAI TOMAR BANHO: 
*Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene
dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como
corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de
outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez,
o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se
lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore
pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o
cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram
trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho,
causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de
receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho". 

*ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM: 
*Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século
XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus
comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português.... O capitão
reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu
do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O
oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom
Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar
conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que
estranhou a atitude do vice-rei. 
*Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos. 

*ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA: 
*Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino
Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e
Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta:
“A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que
a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que
sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio,
portugueses e brasileiros. 

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