Perder alguém é como tirar o quadro de uma moldura que continua pendurada na parede.
É como ver uma janela que já não abre mas por onde nos debruçámos tantas vezes.
É como uma peça que falta no puzzle do nosso ser, do nosso crescimento.
Perder alguém é um abanar da nossa estrutura, é abrir rachas.
É como um apagar de luzes num caminho aberto ao céu.
É como um sentimento que já não se sente.
É uma irracionalidade, uma loucura, uma estupefacção, uma derrota, uma decepção.
Perder alguém é uma pergunta a Deus, mesmo quando n´Ele não se acredita.
É como uma vitória das trevas, uma derrota do Bem.
Uma baixa na batalha da vida, que se baptiza de estúpida e porca.
Uma dúvida sobre a sobrevivência.
Perder alguém é uma lágrima, um choro, um oceano de dor e de grito.
É como um mar calmo onde se precisa de vento.
É o lembrar da nossa vida, do que fizemos e fazemos.
Dos que amamos e rejeitamos. Até dos que ignoramos.
Perder alguém é perdermos um pouco de nós.
É aprender do modo mais duro.
É escolher entre o lamento e o crescer.
É ver em cada momento pedaços onde vive esse alguém.
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