sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dicas de consultores de etiqueta e comportamento

Por Rosana Ferreira  

Muitos dizem que etiqueta é frescura, mas todo mundo adora saber como se comportar em várias ocasiões, principalmente naquelas que, apesar de corriqueiras, pode valer uma tremenda saia-justa, sem saber o que fazer. Se esse é o seu caso, preste atenção às dicas dos consultores de etiqueta e comportamento Célia Leão e Fábio Arruda. Eles ensinam como "descascar os abacaxis" que surgem no dia-a-dia e não poupam ninguém. Achei interessante este artigo e compartilho com amigos e amigas conectados no Blog da Colunista. Sugestões interessantes e educativas são sempre bem-vindas.

1) Bêbado em festa  Fique atento com as doses de bebidas para não se tornar o incoveniente da festa
Todo mundo sabe que bêbado é inconveniente, seja por excesso de gentileza, seja por grosseria. Então a dica é estar preparado. "Responda objetivamente o que ele quer saber e evite que vire uma questão pessoal", diz o consultor Fábio Arruda. "Se for seu amigo, tire-o da festa e ponto", determina a consultora de etiqueta Célia Leão. A situação é irremediável, não há o que fazer para amenizar o constrangimento. "Se não for seu amigo e a coisa estiver ficando feia, simplesmente ignore e fuja", conclui Fábio.

2) Comentários sobre plástica
"Nossa, como você está magra! Foi lipoaspiração?" Nunca, nunca faça esse tipo de pergunta se quiser continuar viva. A mulher pode ter passado à base de alface e água no último mês para perder quilos e você simplifica o seu esforço com uma lipo? "Comente apenas que ela está ótima e mais bonita. Se a pessoa quiser, vai contar o que fez", ensina a consultora de etiqueta. "Não faça perguntas sobre plásticas, idade, situação financeira, a menos que tenha muita intimidade", avisa Fábio. Segundo ele, se a pergunta fatídica já feita e a resposta foi atravessada, você ainda pode ter uma meia-gafe, basta sair do assunto como se nada tivesse acontecido. E da próxima vez, pense antes de falar.

3) Cabelo na comida
Se estiver jantando na casa de um amigo e achar um fio de cabelo na comida, você avisa discretamente, certo? Errado. "Deixe o cabelo de lado e, se for muito seu amigo, tente comer o restante, afinal é um acidente que pode acontecer na sua casa também", diz Célia. "Com certeza, o fio de cabelo não fazia parte da receita, então mostrá-lo só vai causar constrangimento ao anfitrião perante seus convidados", completa Fábio.

4) Memória fraca
A pessoa o cumprimenta com um forte abraço dizendo o seu nome, e você não tem a mais remota idéia de quem seja. "A melhor saída é falar a verdade antes de começar a conversa. Desculpe-se e diga que não se lembra de seu nome", recomenda a consultora. Para o consultor, isso é falta de traquejo social. "Se a outra pessoa lembra seu nome provavelmente vocês já foram apresentados e por que você esqueceu o dela? A desculpa de memória péssima para nomes é uma desculpa desgastada, assim como se referir à pessoa como querida ou querido", aconselha Fábio.

5) Beijo gripado
Se estiver muito doente, evite ao máximo. Desculpe-se e diga que está gripado. "Não beijo nem meu marido nessa situação", conta Célia. "Se for o começo da gripe, não precisa ser tão radical", pondera Fábio. Muitos recomendam cumprimentar com um aperto de mão, mas os médicos alertam que também podem transmitir vírus, já que são usadas para assoar o nariz.

6) Crianças no restaurante
A mistura criança e restaurante combina com luz do dia. "Evite horários noturnos e também os restaurantes muito formais", sugere a consultora Célia Leão. Se levar, os pais conhecem bem os filhos que têm e já sabem o que esperar. "Se é preciso levar um arsenal de brinquedos para entreter a criança, pondere se é tão necessário o filho estar presente nessa ocasião", sugere o consultor. Basicamente, a criança deve ficar sentada à mesa pelo menos na hora de comer, além de mastigar de boca fechada. "O comportamento da criança no restaurante espelha muito bem a educação recebida em casa. Se a mãe sai atrás do filho pelo restaurante para dar a comida na boca, isso deve acontecer em casa", analisa a consultora.

7) Fura-fila
O que fazer quando algum espertinho entra na sua frente depois de horas esperando na fila? Apesar de inadmissível, os consultores são unânimes: nada de barraco. "Reclamo educadamente com o próprio fura-fila e, se não resolver, procuro o gerente do local", diz Célia Leão. "Não combata a falta de educação da mesma forma", sugere Fábio.


8) Cachorros: é bom tê-los, mas onde metê-los?
Há shoppings e restaurantes que admitem cachorros, mas é importante checar as exigências (no colo, com coleira, focinheira). De modo geral, é importante ter em mente que nem todos morrem de amores pelo seu pet como você. Então não queira que convivam com animais de estimação com o mesmo entusiasmo. Para Fábio, é preciso avaliar se é tão essencial levar o cachorro a certos locais. "Se for à casa de um amigo, pergunte antes se pode levar o pet. Eu, por exemplo, vou dizer um não redondo", conta Célia, que tem dois gatos, mas ficam presos na hora de receber visitas. O mesmo pode ser recomendado aos donos de cães, afinal não é todo mundo que gosta de ser recebido com latidos, lambidas e pulos.

9) Fumo
O fumante é cada vez mais malvisto socialmente, já que por lei, é proibido fumar em vários locais de uso comum. E, por essa razão, foram criadas áreas destinadas aos fumantes. A consultora Célia Leão é fumante e já elegeu seu fumódromo em casa - a varanda. "Quando recebo visitas que não fumam, também não fumo. Se fumam, peço para irem à varanda. E, na casa de amigos não fumantes, evito o cigarro", diz. É uma questão de bom senso e respeito.

10) No flagra
"Peguei o namorado de minha amiga com outra em um restaurante. O que fazer?" Nada, finja-se de morta. "Não conte nem se for sua melhor amiga", aconselha Célia. Isso porque é difícil saber quais são os acordos dos casais, fora que, se fizerem as pazes depois, é você que vai ficar em maus lençóis, e eles numa boa. Fábio lembra o sábio ditado popular: "Em briga de marido e mulher não se mete a colher".

11) Benhê
Deixe os apelidinhos amorosos reservados a quatro paredes. "Cá entre nós, são ridículos fora de contexto", diz a consultora de etiqueta. E quem pensa que está passando aos outros a impressão de intimidade do casal, fique esperto: "Essa atitude transmite inadequação e imaturidade", conclui ela. "É o mesmo clima desagradável de dois profissionais que falam na sua linguagem técnica sem se importar com os demais ouvintes da roda", exemplifica o consultor.

12) Namoro no trabalho
Aqui vale a adequação da famosa frase: "Amigos, amigos; negócios à parte". Deixe para depois do expediente qualquer assunto fora do âmbito profissional. Ciúmes, beijinhos, comentários de duplo sentido devem ser evitados e, se possível, não conte aos colegas sobre o namoro. Antes de começar um relacionamento no local de trabalho, vale refletir: "Será que ao terminar o namoro vou continuar a relação de trabalho?". Pondere se vale a pena começar.

13) Primeiro encontro
Seja você mesmo. Nada de mentiras e superproduções. Vista-se de acordo com seu estilo, porém com mais cuidado. Todo mundo gosta de encontrar com alguém bem tratado: banho tomado, perfume, barba feita e roupa bem passada não fazem mal a ninguém. No entanto, use perfume com moderação, já que o par pode ter alergia ou não gostar da fragrância. E quem paga a conta? Segundo os consultores, é quem convida e, no primeiro encontro, pressupõe-se que é o homem. "Demonstra cavalheirismo e gentileza. O homem pode escolher um lugar mais simples, que caiba no seu bolso, mas tem de pagar a conta", aconselham. Nos próximos encontros, o casal pode combinar e dividir, se for o caso.

14) À mesa
Muitos restaurantes sofisticados estão simplificando a etiqueta à mesa, com apenas uma taça grande para o vinho - seja tinto ou branco - e dois pares de talheres - para entrada e prato principal. "Chique é economizar água, por isso atualmente só vai para a mesa o que é necessário", analisa Célia Leão. Mas continua sendo um luxo bons modos e refinamento à mesa: mastigar de boca fechada, não falar de boca cheia, não colocar os cotovelos em cima da mesa e saber manejar os talheres. Para o consultor, é uma questão de bom senso. "O anfitrião vai arrumar a mesa de forma que seus convidados saibam se portar, pois não é o objetivo deixar as pessoas em situação desagradável."

15) Dresscode
Ainda se usa? Segundo os consultores, sim, sim. Trata-se de uma valiosa indicação no convite sobre o estilo do evento e como você deve ir vestido. "É um passaporte para a festa e deve ser respeitado", afirma Fábio. Imagine ir a um evento vestido de jeans e encontrar todos de traje social. No mínimo, você vai se sentir deslocado. Veja os significados dos trajes solicitados nos eventos:

Traje esporte - Pede roupa descomplicada. Para as mulheres, vestido leve ou calça com blusinha, sem salto. Para os homens, camisa e calça esportiva resolvem. Para ambos, é permitido o jeans, desde que não esteja surrado. Mas nem pense em aparecer de bermuda e tênis.

Esporte fino, traje passeio ou tenue de ville - Nesse caso, há um pouco mais de formalidade. Um salto e um vestido caprichado são bem-vindos. Para os homens, não há necessidade de gravata, mas se pode usar blazer sobre a camisa. Troque a calça jeans por uma de gabardine ou brim.

Traje social, social completo ou passeio completo - As mulheres devem optar por vestidos de tecidos nobres (seda, musselina, bordados) e os homens, terno e gravata.

Black-tie ou traje a rigor - A indicação é smoking para os homens e vestidos longos para as mulheres. Brilhos e joias completam o visual feminino, como também um bom penteado.

16) Enochatos
Hoje tem se confundido bons conhecimentos de vinho com exibicionismo. Os conhecedores apreciam um bom vinho e, se percebem que há alguém à mesa que também gosta, faz comentários sobre a bebida. Já o enochato fala sempre para qualquer pessoa e, muitas vezes, estudou vinhos só para mostrar que conhece. "Nesse caso, é melhor procurar uma confraria onde todos se reúnem para falar de vinhos, já que ninguém é obrigado a conhecer e gostar da bebida fora desse meio", diz Célia.

17) Barulho no vizinho tarde da noite
A consultora de etiqueta Célia Leão só usa Havaianas e Crocs em seu apartamento para não fazer barulho. "Certa vez, meus vizinhos deixaram um pacotinho de chocolates e um bilhete se desculpando por uma festa que iriam dar à noite", conta. Enfim, a civilidade é o mote desse tipo de relacionamento, já que você provavelmente vai cruzar com seus vizinhos algum dia. E, se o barulho for muito alto e fora de hora, apele ao síndico.

18) Zíper aberto
Aviso ou não aviso? Primeiro, pense: você gostaria de passar pelo constrangimento de desfilar por aí de zíper aberto? Claro que não. Então faça pelos outros o que gostaria que fizessem por você: "Avise, olhando nos olhos da pessoa", ensina Célia. "Evite usar códigos e mímicas, que só pioram a situação. Apenas fale e resolva a situação de forma natural", diz Fábio.

19) Homem sempre dá passagem à mulher?
Sim, o homem fica atrás da mulher. Mas, para Fábio, há exceções. O homem entra antes no restaurante, pois é ele que fala com o gerente sobre a reserva da mesa. Outro caso: ao descer escadas, para dar suporte à mulher caso ela tropece, por exemplo. Já para subir a escada, Célia aconselha o homem ir atrás só ser for marido ou namorado. "Se for um colega de trabalho, por exemplo, deve ir primeiro. Afinal, a mulher pode se sentir mal se estiver de saia ou calça justa", explica.

20) Visita ao recém-nascido

Evite pegar o bebê no colo e dar beijinhos, pois ele acabou de vir ao mundo e ainda não desenvolveu seu sistema imunológico. "O bebê não é um brinquedo", lembra Fábio. A visita deve ser rápida, de no máximo 15 minutos na maternidade. Em casa, só apareça se for amigo íntimo. Caso contrário, lembre que a mãe pode estar inchada, cansada e se adaptando à nova rotina. Se for, permaneça no máximo por meia hora.

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