sábado, 23 de janeiro de 2021

Nossos filhos nos esquecerão

 “O tempo, pouco a pouco, me liberou de ter filhos pequenos. Das noites sem dormir e dos dias sem repouso. Mas não fez esquecer das mãos gordinhas que me agarravam sem parar, subiam no meu pescoço, me agarravam, me conquistaram sem restrições e sem duvidar. Dos corpinhos que encheram meus braços e dobraram minhas costas. Das muitas vezes que me chamavam e não permitiam atrasos, espera, nem vacilações.

 O tempo há de me devolver o ócio dos domingos e das chamadas repetidas de “mãe, mãe, mãe…”, que deram-me o privilégio e afastavam o medo da solidão. O tempo talvez alivie o peso da responsabilidade que me oprime o peito. O tempo, sem embargo, inexoravelmente esfriará outra vez minha cama que já esteve quente de corpos pequenos e respiros apressados. Esvaziará os olhos dos meus filhos que transbordaram um amor poderoso e incontrolável.

Mas o tempo tirará de seus lábios meu nome que fora gritado e cantado, chorado e pronunciado cem, mil vezes. Cancelará, pouco a pouco, a intimidade da sua pele com a minha e a confiança absoluta que nos fez um único corpo, com o mesmo cheiro, o mesmo espírito e coragem.

O Tempo separou, para sempre, o pudor e a vergonha com o prejulgamento da consciência adulta de nossas diferenças. Como se fosse um rio que escava o seu leito, o tempo colocará em risco a confiança de seus olhos em mim, como se eu já não fosse uma pessoa onipotente, capaz de parar o vento e acalmar o oceano, regular o não regulável e curar o incurável.

Deixarão de me pedir ajuda, porque não acreditarão mais que eu possa salvá-los. Pararão de me imitar porque não desejarão mais se parecer comigo. Deixarão de preferir a minha companhia pelas dos outros (e, olhe, tenho que buscar preferir outras companhias também).

Foram-se as paixões, as raivas passageiras e o zelo, o amor e o medo. Apagaram-se os ecos dos risos e das canções. O acalanto e os “Era uma vez…” hoje ecoam na eternidade. Porque, com o passar do tempo, meus filhos descobriram que tenho muitos defeitos e, se eu tiver sorte, algum deles me perdoará.

 Sábio e cínico, o tempo fará com me esqueçam. Esquecerão ainda que não queiram. Esquecerão as cócegas e o “corre-corre”, os beijos nas pálpebras e os choros que, de repente, cessavam com um abraço. As viagens e os jogos, as caminhadas e a febre alta. As danças, as tortas, as carícias enquanto dormiam.

 Meus filhos se esquecerão que os amamentei e os protegi durante um tempo até que o sono chegasse; que lhes dei de comer, que os consolei e os levantei quando caíram. Esquecerão que dormiram sobre meu peito; que houve um tempo em que necessitaram tanto de mim como o ar que respiram. Esquecerão, porque isto é o que fazem os filhos, porque é isso que o tempo faz. E eu, eu tenho que aprender a recordar esse tempo também por eles, com ternura e sem arrependimentos, sem cobranças e com imensa gratidão! E que o tempo, astuto e indiferente, seja amável com esta mãe que não quer esquecer seus filhos”.

Portal Raizes -  Autora desconhecida






quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Reflexão: Não deixe o tempo lhe roubar a vida

 

“O tempo pode te rabiscar o rosto,

Pode te pratear os cabelos,

Mas não deixes que o tempo te apague o viço,

Nem te adormeça o riso,

Conserva teu jeito de olhar macio,

Tua capacidade de sonhar.

Guarda em ti tuas vontades mais absurdas,

Teus desejos infantis,

Tuas manias sem sentido.

Conserva tua poesia, teu amor proibido,

Reserva também tua indignação, tua rebeldia

Guarda tua teimosia.

Não te acomodes com as voltas do tempo,

Renova-te a cada manhã, em cada dia,

Não deixes o tempo te roubar a vida....

(Autoria desconhecida)

REFLEXÃO: EU TIRO O CHAPÉU

 

Eu tiro o chapéu para Vida. Para quem sorri das coisas simples.

Eu tiro o chapéu, para quem tem coragem de amar...

Tiro o chapéu, para quem almeja o sucesso para si e para os outros.

Eu tiro o chapéu, para quem trilha na oração o realizar dos seus sonhos.

Eu tiro o chapéu para quem pratica o bem.

Para quem ama as crianças e os animais. Para quem educa e incentiva.

Eu tiro o chapéu, para quem nao denigre a imagem do outro. Eu tiro o chapéu, para quem é amigo, pra quem é irmão.

Eu tiro o chapéu para quem nos faz rir deixando nossos dias coloridos.

Eu tiro o chapéu, para quem mesmo distante consegue ser presente