sábado, 9 de abril de 2016

REFLEXÃO: A mãe desnecessária

Dê a quem você Ama :
– Asas para voar…
– Raízes para voltar…
– Motivos para ficar… “  

– Dalai Lama 



A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.  Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.


Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provo que vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres.


Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.


Se eu morrer agora não deixarei nenhum filho desamparado ou sob a responsabilidade de algum parente...meu Deus como sou feliz!  A única falta que sentirão de mim será afetiva, emocional!

Sinto uma profunda gratidão à vida, a Deus e um tremendo orgulho da mãe que eu fui um dia, QUANDO ELES NECESSITAVAM DE UMA, pois hoje sou apenas uma Grande Amiga!Ah! Continuo a distância! Quando sou solicitada sou a primeira a chegar! Caso contrário fico na minha, assisto à distância o desenrolar de suas vidas com muitos acertos, com inúmeros erros mas que eles “tiram de letra”, com muito mais competência que eu faria, se estivesse em seus lugares. 

E dou Graças a Deus!!!

"A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo".

 É hora de descansar e curtir a turma de preferência à distância...

Lembre-se, muito melhor ser SOLICITADA que “OFERECIDA!!!”



 jornalista Márcia Neder.

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