agosto/2005
Sentir saudade significa que aquela pessoa é importante. Alguém que contribui para que sua vida seja realmente especial. Longe ou perto, o momento da lembrança nos aquece e, quase sempre, faz uma lágrima cair.
Lembrar de um pai que já se foi, então, não é fácil, mas é muito bom poder contar os momentos vividos ao lado dele - mesmo que tenham sido poucos. Um amigo importante e verdadeiro, porque ama, chama a atenção, mostra as possibilidades do mundo...
Falar de um pai é fortalecer sua imagem para si mesmo e para quem escuta. Pai de sangue ou de criação, o que importa é o amor que doou sem pedir nada em troca. Neste especial, a ACESSA.com resolveu homenagear os pais ausentes. Estão ausentes fisicamente, mas vivo no coração de cada filho.
Christopher Gusman é tão especial quanto ele diz que seu pai foi pra ele. Estudante da Associação de Pais e Alunos de Excepcionais de Muriaé (APAE) ele perdeu o pai há três anos. Segundo Tofinho, como é carinhosamente chamado, a lembrança do professor Lúcio José Gusman é mais forte nas partidas de futebol.
"Toda vez que tem jogo de futebol eu lembro dele, principalmente, quando é nosso time que está jogando. Nós dois éramos muito amigos! Enquanto ele bebia a cervejinha gelada eu bebia meu refrigerante... Meu companheiro de todos os bons e maus momentos do nosso time. Vibrávamos pelo gol. Saíamos em passeata pela praça com música alta. Era muito bom".
O "amigão", "companheiro" e "herói" são alguns dos adjetivos usados por Tofinho para falar do pai. "Papai, apesar de baixinho foi meu único maior herói", diz emocionado.
Ele lembra que o pai era muito sabido e não adiantava mentir que descobria tudo. "Ele sabia tudo, porque ele era professor respeitado e amigo de todos os alunos. Não podia falar mentira pra ele que ele descobria".
Uma das coisas que Tofinho aprendeu com seu pai foi ser responsável, cumprir horário e ajudar as pessoas, sem interesses. Ele diz que deseja ser bom e útil para todos, assim como seu pai sempre foi.
Todo orgulhoso, conta que as pessoas o admiravam, por ser um professor, que falava em rádio, sabia várias línguas e ainda escrevia em jornal. "Ele era muito famoso". E é claro que como o pai é seu ídolo, Tofinho quer ser igual a ele. "Eu quero ser famoso igual a ele por isso gosto do meu bigodinho e fiz minha mãe comprar um óculos igual do meu pai pra mim. Todo mundo diz que meu irmão mais velho é mais parecido com meu pai, mas eu acho que sou eu, porque Pablo não tem bigode e nem tem muito cabelo na cabeça, ele só usa óculos", diz.
A curtição entre os dois não era somente no futebol, não. Ele conta que quando era pequeno, além de jogarem bola, passeavam muito, íam a festas, pescavam juntos, tomavam banho de rio e, claro, como todo bom garoto, algumas vezes, não escutava o pai. "Um dia, quando eu corri, sem tomar cuidado, atrás de uma pipa, rasguei meu joelho na cerca de arame farpado. Que dor! Meu pai sempre tinha razão...".
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