Reflexão: Mulheres invisíveis

Mulheres invisíveis não porque não fazem diferença por onde trabalham. Mas, porque mesmo com tanto esforço e dedicação, são subestimadas em seu ofício e ganham menos que os homens pelo mesmo trabalho desenvolvido. Elas querem equiparação salarial, apenas.

Mulheres invisíveis porque oram por suas famílias e casas diariamente para que Deus acompanhe e guarde seus filhos. Não fazem questão de mostrar isso ao mundo, mas sim, ajoelham-se no silêncio dos seus quartos e choram por dias melhores no seio familiar.

Mulheres invisíveis porque acreditam no futuro melhor e labutam por ele, sem cessar. Abrem mão de seus planos para sonharem com o outro, seja ele o marido, o namorado ou o companheiro de longa data. São flexíveis e amáveis. Não querem aplausos, querem respeito.

Mulheres invisíveis porque estão por detrás das cortinas, limpando o chão, cuidando de detalhes e torcendo pela apresentação. Sorriem com os pequenos acertos, relevam os grandes erros. Elas não se importam com grandes realizações, sonham com elas, de fato. Mas, preferem momentos simples e alegres.

Mulheres invisíveis que acordam às 5h para garantir o sustento da família e chegam em casa às 22h, tendo tempo de brincar com as crianças, fazer o almoço do dia seguinte, organizar as contas e ouvir o esposo. São heroínas diárias, mas só querem consideração e ajuda mútua.

E como Elba Ramalho já compôs lindamente:

Pra descrever uma mulher

Não é do jeito que quiser

Primeiro tem que ser sensível

Senão, é impossível

Quem vê por fora, não vai ver

Por dentro o que ela é

É um risco tentar resumir

Mulher… (…)

Ah, nossas mulheres invisíveis. Nossas inspirações de vida. Nossas referências de luta.

Sendo mulher, saiba exatamente o seu valor e não abra mão dele. 

Mulheres e Manchas – Ilustração de Cibele Gomes